A tentativa
Faço este verso em segredo
Cuidadosamente explícito
Tal como o amor faminto nosso
Tal como a saliva no escuro
A mordida que te dou na alma
E ferimos um ao outro.
Com essência que não mais é pessoal
E sim um cheiro partilhado
Que se espalha pelas paredes de meu quarto
Onde se esconde a humanidade
E habita o gemido de liberdade
Lá habitamos e lá é feita nossa cama.
E como dois pedaços avulsos
-Do lado outrora perdido-
Somos agora unidos por mãos fortes
Não as mãos de um destino obsoleto
Mas por nossas próprias
Mãos capazes de milagres silenciosos
-Talvez e com certeza talvez-
Pomos ao chão os santos estáticos
Pois é por tua alma que prezo
Sinto como se perdesse os orgãos!
E todos eles fossem engolidos por ti
Pois a leveza depois do grito
Não cabe em uma trinca versada
Tampouco em um soneto camoniano
Cabe simples em um verso extenso e denso:
-Talvez e com certeza talvez-
Amo a tua carne unida a minha
Do tamanho de minha mudez
Quando por acaso comparo
A precisão de nosso contato
Com a velocidade que damos ao tempo.
Hesaú Rômulo
28/03/08
São Luís-MA
sábado, 19 de dezembro de 2009
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Lembro-me deste poema, meu amigo, até o pus no meu Multiply, não? É muito bom. Belo início aqui nesta página que promete.
ResponderExcluirgrande abraço,
Rodrigo
Parabéns pelo blog e pelo poema! desejo de coração muuto sussesso neste blog e na vida! Um ano maravilhoso pra você e pra sua família!
ResponderExcluirAbraço carinhoso!
fabiana