sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Rato penitente

Eu lembro-me do dia em que meus dentes,
De tanto se premirem, apartaram-se,
E ao mundo onde nasceram lamentaram-se
Do pranto que bebias, tristemente...

Eu lembro-me de olhar-te penitente...
Meus lábios do teu pranto alimentaram-se...
Sedentos, gota a gota, não cansaram-se
De te beber o rosto, calmamente...

Agora um sujo rato rói-me o peito,
Como se me rascasse uma madeira
Com dois malditos dentes afiados...

Eu te amo como nem Camões sujeito
À Dinamene fora, pois não dera
Apoio ela aOs Lusíadas, marcados...

(Rodrigo Della Santina)

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